sátira ao lado negro da alma  

Posted by rogério in

primeiro acto:
– é a magia de arriscar tudo por um sonho que ninguém vê a não seres tu. mas sem a minha musa, não tenho mais ilha de princesa a alcançar. agora, vou embriagar-me de cachaça e manter-me bêbado, aguardando o dia chegar. o dia em que volta a minha infanta, de olhos cor de ceara em extensos campos de cetim.

segundo acto:
– não me levem a mal mas estou indo embora, estou cansado de seguir este rumo de destino, esta sina enfadonha maçuda invariável que parece escolhida para mim. vou embora, vou cair no vazio do mundo, longe das futilidades que a vida quer de mim. vou sorver de uma golada, o resto dos elos que esperam algo do eu, e cair na doce amargura da solidão.

terceiro acto:
– são tantas as almas solitárias, ou que parecem estar em desertos singulares de auto-contemplação, que me parece descaradamente egoísta que cada um esteja solitário sozinho. se te sentes isolado desamparado excluído, ao menos junta-te a mim e vamos ser excluídos juntos. e desfrutar do achincalhar este mundo, esta vulgaridade que não tem começo, não tem fim.

quarto acto:
– e perguntas-te “como tudo começou? o que me levou a este estado?!” podemos esquecer uma data de coisas, mas quando se trata do tormento e das pessoas que o infligiram, inflama-se e enraizasse o ódio, essa emoção menosprezada. e consome-nos a mágoa de não O podermos julgar e proferir sentença pelas próprias mãos.

se Te apanho numa esquina um dia destes…

(sometimes, people write the things they can’t say. i’ve done it a few times in the last days...)

This entry was posted at segunda-feira, julho 21, 2008 and is filed under . You can follow any responses to this entry through the .

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