Disseste-me a palavra, e eu  

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Disseste-me a palavra, e eu
corri, na noite
por entre as ervas, e ao som
daquela palavra estava só, ao pé de ti
sem noites, ou ervas por onde correr,
por onde afagar a minha ansiedade
no orvalho das teias,
por onde aprender a respirar, sem o músculo
da garganta, no meu olhar
suspenso, pela falta de medula nas pernas
e o cálcio tão mastigado na boca.
Agora. Se eu corri por entre as ervas,
ao ponto do vento limpar o meu rosto,
soltar o meu cabelo. Foi
porque não podia correr em ti,
a palavra, a cada pedaço
de luz na tua pele aberta, a sua
contida descoberta
pela comoção do orvalho.
Em si resta de palpitações,
por si terna de contradições,
de ti na palavra que ouvi.

por Nuno A.

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